O que é um cristão? {Atos 11:19–30}

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A mais de 2.000 anos atrás, um novo movimento religioso estava ganhando força. Mas ainda não tinha nome. Por volta de 40 DC em “uma cidade etnicamente cosmopolita, uma encruzilhada de influência cultural”, [1] os fiéis desse movimento se assemelhavam tanto ao seu líder que a melhor maneira de identificá-los era simplesmente adicionar um sufixo ao seu nome. “Em Antioquia, os discípulos foram chamados pela primeira vez de cristãos” (Atos 11:26) - literalmente, aqueles que são semelhantes a Cristo.

Por que a enorme e movimentada cidade de Antioquia notou os discípulos de Jesus? Eles não tinham um código de vestimenta distinto. Eles ainda não haviam construído edifícios impressionantes ou desenvolvido instituições como escolas ou creches. Os primeiros cristãos ganharam seu nome por seu “modo de vida distintamente contracultural”.  A descrição de Lucas em Atos 11:19–30 nos diz como viver de modo que os descrentes nos conheçam como cristãos.

Cristãos falam sobre Jesus

O avivamento em Antioquia surgiu do testemunho comum “daqueles que foram dispersos por causa da perseguição que se levantou sobre Estêvão” (Atos 11:19), não dos discípulos (Atos 8:1). Antioquia se tornaria um importante centro de atividade missionária cristã para os gentios. Mas o que desencadeou o potencial da cidade foram cristãos comuns levando Jesus a seus amigos, colegas de trabalho, vizinhos e conhecidos incrédulos.

Aprendemos a dura lição que Deus estava ensinando aos crentes convictos? Ou estamos “hesitantes” (Atos 10:20) em compartilhar o que sabemos sobre Deus com as pessoas? Como nossas conversas diferem das de “incrédulos”? O testemunho fiel requer mais do que viver bem e dar dicas morais ocasionais. Requer ser uma voz que aponta para Jesus.

Os cristãos são encorajadores

Quando a igreja de Jerusalém soube da crescente congregação em Antioquia, eles enviaram Barnabé a eles. O que o “filho da consolação” fez? (Atos 4:36).

Barnabé se alegrou com a obra de Deus

Quando ele “viu a graça de Deus, alegrou-se” (Atos 11:23). É fácil insistir no que há de errado no mundo e na igreja. Barnabas não era um bajulador ou um otimista de olhos arregalados. Mas ele sabia que os crentes precisam de padrões de alegria em Cristo, confirmando que Deus está trabalhando entre eles (ver Rom. 14:17; 1:8, etc.).

Barnabé encorajou a fidelidade

Ele “exortou a todos para que, com propósito de coração, permanecessem com o Senhor” (Atos 11:23). Ele fez jus ao seu nome, que fora imposto pelos apóstolos! Jesus usou a mesma palavra para descrever o Espírito Santo (por exemplo, João 14:16). Este outro consolador vem ao nosso espírito e nos ajuda em nossas fraquezas, exortando-nos a prosseguir com fidelidade (ver Romanos 8:26-30). Ficará claro para o mundo sem esperança que crentes encorajados estiveram com Jesus.

Os Cristãos Amam Aprender

O filho da consolação veio a Antioquia para ensinar. E os crentes digeriram sua instrução. Para o ajudar a satisfazer o apetite deles, Barnabé encontrou Saulo e o levou a Antioquia para ensinar por um ano (Atos 11:26). Ao longo de Atos, quando os líderes da igreja instruem, muitas vezes há espaço apenas para ficar em pé (por exemplo, Atos 13:42–44 ); crentes sérios saem para ensinar e são enviados ao mundo parecidos com Cristo. E as pessoas notam a semelhança. Paulo e Barnabé, “ensinaram a muitas pessoas. E em Antioquia os discípulos foram chamados pela primeira vez de cristãos” (Atos 11:26).

Você compartilha com os cristãos o apetite pelo aprendizado? Você se esforça para estar presente quando a igreja se reúne para ensinar, acreditando que o plano de Deus para o crescimento espiritual é a renovação de nossas mentes? Por que algumas pessoas da igreja parecem, como Felix, apenas dispostas a serem ensinadas em “época conveniente” (Atos 24:25). Se nos importamos pouco com o ensino cristão, como aprenderemos a viver de modo que nossos amigos, família e vizinhos vejam Cristo em nós?

Os Cristãos São Generosos

Na igreja primitiva, Deus usou profetas para ocasionalmente preparar seu povo para eventos futuros. Em Antioquia, Ágabo “previu pelo Espírito que haveria uma grande fome em todo o mundo” (Atos 11:28). Lucas diz, e a história confirma, que isso aconteceu nos dias do imperador Cláudio.

Mas a ênfase de Lucas está em como esta nova igreja respondeu à notícia da fome: “[Os] discípulos resolveram, cada um segundo a sua capacidade, enviar socorro aos irmãos que viviam na Judéia” (Atos 11:29) . Quão semelhante a Cristo! Jesus havia ensinado que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (Atos 20:35). Ele “andou fazendo o bem” (Atos 10:38) e se ofereceu na cruz por seu povo. Barnabé era exatamente o homem que mostraria à igreja como seguir a Jesus cuidando generosamente dos outros (ver Atos 4:36–37). Portanto, não é surpresa que a igreja tenha feito uma coleta para ajudar os cristãos da Judéia a enfrentar a fome que se aproximava. Os cristãos são generosos porque passaram a acreditar na generosidade de Deus em Cristo. E o mundo percebe.

Um nome deve significar algo. Alexandre, o Grande, certa vez disse a um soldado covarde, também chamado Alexandre, para mudar seu nome ou corrigir suas maneiras. O nome Cristão deveria significar alguma coisa. O evangelho não depende de nós — de nossa conduta ou conversa. Duas vezes Lucas nos diz que Deus providenciou o crescimento em Antioquia (Atos 11:21, 24). Mas não é por acaso que Deus aumentou sua igreja entre crentes que aprenderam e falaram sobre Jesus, e que praticaram a generosidade e encorajamento semelhantes a Cristo.